03/02/2010

Tentativa-erro...

Tentativa-erro...
Resultado imprevisível...
Sucesso alternado...
Estudo elaborado por cientistas amadores que tentam criar algo através da sensibilidade...
Uma medida mal calculada a penalizar um processo criativo contínuo sempre com dedicação incansável (isso ninguém pode desmentir), leva a uma frustração que deita por terra todo o tipo de vontade de querer continuar a criar...
No entanto, não é por um ponto negativo (independentemente do tamanho do erro) que não se deixa de continuar o experimento. É só necessário um pequeno investimento para ultrapassar algum material que tenha sido danificado, mesmo que esse mesmo investimento implique um esforço maior que aquele que pensamos conseguir dar...
Quem sabe se não é possível?
Sucesso alternado...
Resultado imprevisível...
Tentativa-erro...


[03-02-10]

01/02/2010

Um dia não são dias...

Um dia não são dias...
Num dia não se fazem revoluções... Num dia não se vive, um dia é pouco para dizer o que se pensa... Num dia não se faz justiça, não se cumprem penas...
Um dia serve apenas para pedir desculpa porque apenas basta um dia para se apaixonar e uma vida para viver esse sentimento.
Um dia serve a esperança de perdão pela certeza duma vida de dedicação no meio de um erro...
Um dia não são dias...

[31-01-10]

Sem-abrigo

Pelas ruas desertas, nuas e frias vou habitando, percorrendo caminhos gastos e seguindo pegadas que tento acompanhar para não perder o rumo, um sentido imaginário com destino a uma fantasia possível.
Um pedaço de cartão, habilmente decorado com as palavras que a minha imaginação vai deitando cá para fora, serve-me de moradia. Palácio forrado a letras de ouro onde me sinto rei e príncipe, cavaleiro, salteador e ladrão, pirata, simples plebeu ou puro vagabundo, mendigando um sentimento que me inunda o pensamento e não me deixa dormir...
As noites já têm segredos e as estrelas fazem-me companhia neste meu rouco e desafinado choro mendigo...

[01-02-2010]

29/01/2010

Um dia...

Um dia vou ser capaz de voar, vou ser capaz de sonhar, de dançar e de brincar como uma criança... Um dia vou ser capaz de crescer, vou ser capaz de parar, de falar... Um dia vou ser capaz de escrever, de desenhar e de pintar. Um dia vou ser capaz de pedir desculpa, de sorrir, de te sorrir... Um dia vou ser capaz de dizer que gosto de ti, de te mostrar que gosto de ti...
Um dia... Talvez um dia...

27/01/2010

Devaneios

Por momentos esqueço-me do que escrevo... Fecho os olhos deixo-me vaguear pelo meus mais profundos pensamentos… Ou serão sentimentos?? Encontro-te presente em cada um deles, como se teus fossem. E tu, neles, sorris!

Bem sabes que não há mais letras disponíveis para compor mais uma história, só mesmo pegar nas antigas e reordena-las numa melancólica construção musical. E de repente dou por mim a entoar esse cântico quase sagrado! Essa harmonia perfeita passa a gerar todo o aroma que se encontra presente no pequeno quarto que por agora habito.

Sem pressa mantenho-me adormecido nesta viagem pelo mundo das sensações, sempre regido pela tua (pouco) ténue presença! Não queria ter de acordar… Bastava-me sentir! E então poderia respirar fundo e dizer que seriam apenas emoções, as ligações que cismam em se manter… Não faças pouco, nem faças troça daquilo que te digo, porque se não encontro maneira de colocar as palavras em forma de som, pelo menos vou gravando-as em pequenos bocados de papel que teimo em te oferecer. É pouco, eu sei… Ou talvez seja só mania de quem pouco entende daquilo que diz… No entanto, já pouco importa… O que tem realmente peso, já há muito que se fez presente, e nós nem demos pela sua chegada… que é certo é que simplesmente existe! E nessa existência assento estes meus desvaneios…

Numa arte poética (na forma tentada) ofereço-te mais uma vez um pequeno mundo, tudo aquilo que me faz fugir, correr, lutar, sorrir, só na esperança que não largues a minha mão!


[27-01-10]

25/01/2010

Amor mendigo

Porque das palavras faço sentimento vivo, real e presente,
em ti, amor meu, te digo que não mente
meu coração quando assim é confrontado
com uma sensação do qual é alimentado.
E porque segredos não mais existem, enfim,
te proclamo agora a minha sina, assim:
desafinado e rouco sigo a mendigar
para um dia te poder ter comigo a caminhar.

[25-01-10]

19/01/2010

Pensamentos v2.0

"Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos, se a tivéssemos. O perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito."


E, meu caro amigo, na busca da perfeição é que o humano perde o sentido da singularidade da imperfeição!

12/01/2010

Pensamento...

"Pode ser que nos guie uma ilusão, a consciência, porém é que não nos guia."

Mais que ilusão, meu caro amigo, eu diria emoção... E, de certo, não apenas uma!

05/01/2010

Still....

No meio desta correria toda tinha receio que a tinta tivesse secado. Há já algum tempo que a caneta não contava nenhuma história... As palavras tinham ficado retidas num passado do qual tentava fugir. No entanto, todas as letrinhas, anteriormente compostas numa melodia atribulada, não deixavam de se fazer presente.
E, no meio destes pensamentos, era como se tivesse acordado após um período de hibernação... Os sentimentos persistem e a história continua a escrever-se sozinha...
Num lamento repleto de saudade espreito a chuva miudinha que bate na vidraça e num suspiro relembro (mais uma vez) a tua imagem...
Porque não sorrirmos outra vez??


[04-01-2010]

22/06/2009

Memórias

Lembro-me de dias passados,
histórias vividas e cantadas,
milhares de lugares visitados
e de caras mudadas.
Lembro-me de caminhos percorridos
numa solitária estrada,
de pensamentos perdidos
duma história cantada.

Lembro-me do teu sorriso
onde outrora vivi,
O aroma da tua presença
que jamais esqueci...

21/06/2009

Thinkin' about you...

De repente caiu-me na memória todas as nossas vivências, toda a nossa história... Despoletadas apenas por dois acordes, imagens surgem no meu pensamento. E vou guardando todas e cada uma com especial sentimento com quem guarda as cartas que o amor longínquo teima em não se fazer esquecer.
Saudades do que foi e do que ainda está para vir inundam-me o sentimento. Pego na caneta e volto a anotar tudo outra vez, as mesmas histórias pelas mesmas palavras, o mesmo sentimento pelo mesmo olhar. E no fundo soa tão diferente de há uns tempos atrás...

'Cause you're so gorgeous...


[20-06-09]

11/06/2009

No fundo, ainda não perdi...

Numa corrida atrás do tempo,
folga-se a noite
num dia que nunca mais esqueci...
Luz da tua presença,
imagem perdida
de um sorriso pelo qual já sofri.
Na noção do pensamento
reside apenas um maior sentimento,
saudade do que já vivi,

e, no fundo, ainda não o perdi...


[05-06-09]

18/05/2009

Still standing

Gota após gota, vou admirando a chuva miudinha que me cai pela cabeça, saboreando o fresco do final de uma tarde cinzenta. Ideias e pensamentos acompanham a chuva num chuveiro de sentimentos de injustiça. Ainda fervilham as palavras que me dizias há uns dias atrás. No entanto, e porque a vida dá mais uma cambalhota mesmo sem contarmos, o seu sentido já ultrapassado, impede que me aproxime de ti como ambos desejaríamos. Numa tentativa de rebeldia, tento contornar a barreira e mostrar-te que afinal, e acima de tudo, o que importa é apenas um sentimento puro, um único olhar, que nos abraça e envolve garantindo que apenas a força desse olhar serve para nos aguentarmos de pé…

[16-05-2009]

20/04/2009

Desabafos

Não queria ter de voltar a escrever o que quer que fosse, não por estas razões. Não é fácil voltar ao mesmo, tentar acreditar numa justiça imposta, quando a injustiça duma vida paralela ao sentimento assalta o pensamento, enchendo-o de vontades, de emoções, desejos e sensações.
Os dias voltaram a escurecer, como se a luz da tua presença se apagasse, deixando de iluminar o caminho que nos acompanhava. É certo que o continuamos a percorre-lo de mãos dadas, sempre com um sentimento presente nos olhares mútuos, espontâneos, mas com uma ideia contrária à vontade. É a maldita injustiça das vidas que se cruzam, destinadas a não se encontrarem. E, por um acaso delicadamente precioso, nos mantemos um ao lado do outro sempre a sorrir. E é o teu sorriso que me dá a certeza da vitória final. Vitória moral, física ou apenas sentimental, o certo é que o sentimento que nos une não esmorece a ânsia de um futuro apenas a dois, independentemente da nomenclatura que lhe atribuis. E não é por um passado sombrio que se faz manter presente no pensamento, que o sentimento que te falo e que bem conheces (também o tens presente) deixa de existir. Apenas se esconde com receio de sair magoado no final da história. E nesse final que te falo, talvez o possas sentir… Talvez percebas a sua importância para o desenrolar da história toda… Talvez o possas usar como catapulta que envie o passado para o seu lugar: um canto refundido nos confins da história da tua vida… Essa, mais importante que qualquer outra coisa no meio destas palavras todas é reflexo daquilo que realmente sentes, e aí, depois de o perceberes, talvez possas sorrir completamente… Esse sorriso pelo qual me fascinei, pelo qual corri e pelo qual continuo a correr como se fosse o primeiro dia.
Por agora, deixa-me ser reles e vulgar, deixa-me meter contigo. Apetece-me um piropo já muitas vezes repetido. Apetece-me ver-te sorrir com parvoíces minhas, como as primeiras. Apetece-me fazer-te esquecer de tudo menos do teu coração:

“Acreditas no amor à primeira vista ou preciso de passar à tua frente outra vez?”


João Amorim

[20-04-09]

31/03/2009

Protesto!

Que quisesse eu partir
se em mim não restasse mais que solidão,
seria então a resposta
a mais uma sensação.
E, no entanto, por não querer,
talvez por pura teimosia,
ou mesmo porque sentia
que afinal não seria justo perder.
E no fim dos tempos
alguém me dará razão,
só porque decido ouvir o coração...

[23-03-09]

17/02/2009

"Gosto de palavrar"...

Mais um motivo para me dizeres outra vez toda aquela história do "meu amigo das múltiplas personalidades". Já ele o dizia: "gosto de palavrar"... E eu, como ele, gosto de brincar com as palavras... Mas só porque sorris, só porque as palavras são tuas... Tu bem o sabes, tal como sabes que te alimentas desta minha maneira de te dizer o que sinto. Porque uma palavra corresponde a um sentimento. E agarrado a esta ideia deixo que o texto se crie por si só, sem interferir na sua evolução. Já não sou eu que o controlo (nem tu, bem sei), é aquilo que nos torna um em Nós. E assim vamos correndo sem nos cansarmos.
Algum tempo atrás dizia-te que já não havia nada para inventar, era tudo recriado a partir do uso repetido das mesmas ideias... Hoje posso dizer que talvez não seja assim. Apesar das palavras serem idênticas, o sentimento evolui e, assim, vou deixando que a tinta da caneta continue a jorrar (incansavelmente e constantemente) para que tudo seja recriado, como uma nova manhã, tal como a de hoje (bonita e simples) que desponta depois de uma noite fria.
E nesta recriação me perco, sempre junto a ti... Procro novas linhas e traços, sempre sem te perder de vista. Porque o mais importante é a maneira como nos unimos, é a comunhão de ideias tão diferentes que se complementam num simples sorriso.
Sorri mais uma vez minha princesa e mata-me nesta loucura, neste turbilhão de sentimentos. Não te assustes com estas expressões, até porque são reflexos da tua vivência em mim. São nada mais que sonhos conjuntos, jogos e brincadeiras a dois.
O melhor disto tudo é que no final sorris com esta oferta, e eu delicio-me ao ver o teu sorriso. Tu sabes disso e tornas a situação num ciclo vicioso. Acabo por me aproveitar e brinco outra vez com as palavras. Já dizia o poeta:
"Gosto de dizer. Direi melhor, gosto de palavrar."

[14-02-09]

07/02/2009

Punhado de tentativas...

Tento ser lamechas, numa necessidade de te chamar a atenção, de te chamar à razão... Tento ser simples para, no fundo, não complicar algo inexplicavelmente duma complexidade básica e de solução imediata... Tento apenas ser teu, ser nós, na rotina apressada e imprevisível do andamento da vida (nossa)... Tento o teu sorriso, criador de obras únicas e eternas como aquilo que nos une e que eu tento gravar com a tinta desta caneta... Tento apenas que tu sejas tu na completa integridade da tua pessoa que se revê nisto que te escrevo... Tento apenas que sejamos nós, reis daquilo que criamos...



Fecha os olhos amor meu,
sente a brisa que se levanta.
Ouve o suspirar do coração teu,
ouve apenas a música que o meu sonho canta.

Só mais uma noite que passou,
mais uma viagem percorrida...
Mais uma nota que se entoou,
mais uma vitória numa guerra quase esquecida.

Agarra o mundo que agora te ofereço...
Não te assustes, cabe na palma da minha mão.
Só mais uma coisa te peço:
nunca deixes de ouvir a tua canção...



[07-02-09]

02/12/2008

Razão de ser(es)...

Sabes, quando era miúdo sonhava que um dia, quando fosse grande, pudesse vir a ser um homem importante... Sonhava em ser bombeiro ou policia... O sonho fazia-me viajar por mundos de fantasia, pelas histórias que me contavam...
À medida que a criança deixava as miudezas e ganhava centímetros, mudavam os sonhos mas sempre com meta nas grandezas... Fui aprendendo que a importância estava no gosto de ser. A partir daí sonhava em ser feliz! Foi então que apareceu a arte, primeiro com os esboços tremidos e o incentivo de quem entendia, depois as notas musicais e as melodias que me mostravam... O processo de aprendizagem evoluiu rápido e com sede de crescer...
Em seguida vieram as primeiras paixonetas e com elas as primeiras palavras, a tinta gravada no papel... Histórias de mágoas e desilusões eternizadas num amontoado de folhas borradas com excessos de tinta.
Era a maneira de amadurecer... Até ao dia em que apareceste. Timidamente, as palavras tornaram-se tuas, as notas eram compostas por ti e os traços, esses, eras tu que os ordenavas e colocavas no papel, colorindo as histórias que construías... Aprendi que afinal já era grande, útil, importante... Tornei-me a expressão da minha vontade, a arte que encontra em ti a sua razão de existir...

[02-11-08]

18/11/2008

Apetite de hoje...

Hoje apetece-me ser lamechas...
Apetece-me voar bem alto e gritar, gravar o teu nome na árvore do jardim da frente... Olhar o céu e encontrar o teu sorriso em cada estrela... Fugir de tudo e abraçar o sol... Apetece saltar e correr, sorrir e desenhar, sonhar e escrever...
Hoje apetece-me ser finalmente eu... Ouvir-te rir e deixar-me guiar pelo mundo da tua poesia... Apetece-me ser a tua canção, hoje simplesmente me apetece ser João.
Hoje apenas me apetece este sentimento: ser criança e não pensar.
Hoje apetece-me ser teu, porque ontem não me conhecia e amanhã não sei o que vai dar...

[18-11-08]

01/11/2008

(A) Velha Canção

Perdoa meu amor, todas as palavras que te escrevo, as linhas que construo e os traços que vou rabiscando, as melodias compostas numa simples entrega, tudo atafulhado num só sentimento. Perdoa todos os Ses que coloco na tua cabeça... Perdoa os desaires de um afastamento indesejado... Dá-me apenas aquilo que mereces, tudo o que tentas lutar. Dá-me espaço na tua preocupação. Deixa-me partilhar as lágrimas que tentas esconder...
Tudo aquilo que mostras, és apenas tu! E na simplicidade do nosso ser é que mora o coração, aquele que partilhamos e do qual celebramos, meio às escondidas, como se de um segredo se tratasse.
Tenho o mundo para te dar. Pelo menos o meu... Recebe-o como teu que é. Fecha os olhos e envolve-o num sorriso, esse mesmo que agora mostras, e deixa-o respirar, entrelaçando-o no teu...
Mata-me só uma última vez, mas morre comigo e aceita o convite nesta viagem que te proponho.
Não vejas isto como uma canção triste, encara apenas como uma luta por um fim mais eterno!

[30-10-08]

15/10/2008

Teimas viciadas...

(...)
-Trenguita...
-Totó...
-Gosto de ti!
(...)


E assim começava mais uma teima, mais uma brincadeira ao som desta melodia que nos une num ciclo que nos deixou viciar... Apesar dos medos continuamos a correr como se fosse a primeira vez, aquela do sorriso matreiro, do olhar inocente... Dá-mo outra vez, espelho do meu olhar, do meu sentimento e luz do teu...
Sorri com mais esta sequência melódica numa (anti)métrica simetria desta composição frásica dos teus olhos, longe do pensamento, alojada apenas no nosso sentimento, no nosso mundo...
Deixa-me ser teu e morrer uma e outra vez nesses teus olhos cor de chocolate!

[14-10-08]

Correrias

Soubesse eu que teria que correr assim e talvez tivesse pensado duas vezes. Ou talvez não, e faria tudo igual: as mesmas palavras, os mesmos traços, os mesmos sorrisos… Só pela certeza duma dança a dois numa melodia simples… Tu simplesmente sorris, só porque tens a certeza do que te entrego: nada mais que um simples sentimento… Fazes mais uma expressão dessas que me fizeram chamar-te de menina da cara de anjo… Expressão essa que me dá alento para continuar a correr… Correr para ti, correr por ti, por nós, por qualquer coisa que nos faça fechar os olhos e continuar no nosso mundo…



“Se alguma vez te parecer ouvir coisas sem sentido
Não ligues, sou eu a dizer que quero ficar contigo.
E apenas obedeço, com as artes que conheço,
Ao principio activo que rege desde o começo
E mantém o mundo vivo…

Se alguma vez me vires fazer figuras teatrais
Dignas de um palhaço pobre, sou eu a dançar a mais nobre
Das danças nupciais em minhas plumas cardeais,
Em todo o meu esplendor, sou eu, sou eu nem mais,
A suplicar o teu amor…

É a dança mais pungente,
Mão atrás e outra à frente,
Valsa dum homem carente.
Mão atrás e outra à frente,
Valsa dum homem carente”

[11-10-08]

03/10/2008

Simplicidade

Mata-me outra vez, deixa-me sem palavras, sorri e envolve-me no teu abraço... Nada mais te peço, só o teu mundo, associado ao meu numa comunhão perfeita de duas vidas imperfeitas... Deixa-me mudo com a tua falta de palavras após mais uma oferta minha. Mais um rabisco ou uma frase que seja, é-te entregue embrulhado num sentimento único... Até porque já não tenho mais nada a inventar, só mesmo mais um sinónimo para tantas palavras já usadas. E assim te entrego mais uma carta, um depoimento, um conto, uma história igual às anteriores: eu e tu como um só... Histórias simples e únicas num mundo criado para nós, para que o compliquemos para depois, tipo cálculo matemático, depois de desenvolvido, o simplificarmos.
E num jogo perfeitamente calculado e pensado, para, futuramente, não pensar e apenas sentir, me ofereço uma vez mais na minha imperfeição...
Chamem-me lamechas, melado, roto, visionário, lunático, maniento, engatatão, ou mesmo mariconço... Apenas me chamo como tu me chamas, apenas me chamo João...

[03-10-08]

01/10/2008

Posso?

“Posso-te roubar um beijo?”

Era tudo o que te pedia
De todas as vezes que te via…
E mesmo que a tua razão o negasse,
Mesmo que me perdoasse
Esta gentil indelicadeza,
O teu olhar dava-me a certeza
Que por muito que tentasses,
Ou mesmo que negasses,
Nada mais fazia sentido…
De tudo o que já tinhas ouvido
Só uma coisa importava,
O jogo que criava
Dava-te luz para acreditar.
E na ânsia de lutar,
Por algo que só a vós interessa,
Basta, sem pressa,
Apenas serem Um…


[01-10-08]

25/09/2008

A 25... (the 4th)

O silêncio reinava naquele espaço, habituado a tantos devaneios e sonhos... Pensamentos carregados duma mistura de vontades e memórias percorriam-lhe a cabeça a uma velocidade estonteante. Tu há muito que te tornaras presença assídua, tão doce e mortal como algo proibido. No entanto, a distância (curta, é certo, e ao mesmo tempo tão grande) era servida como um martírio. Mesmo assim continuava a sorrir. Lembrava-se do primeiro dia, o vigésimo quinto de há uns meses atrás, da troca de sorrisos inocentes, do piscar de olho simples, fugaz e implacável. Sorria ao pensar como seria fácil voltar ao início e recomeçar o jogo... Apetecia-lhe criar mais um "era uma vez", deixar-te sem palavras com todas as palavras que a tinta marcava o papel. Palavras essas com que te deliciavas, sorrias e teimavas em não ligar ( ou apenas mostravas, apesar da ânsia de as receber). Era tão mais fácil fechar os olhos e deixar-se vaguear pelo vosso mundo, criado por ambos numa atmosfera sonhadora, livre de tudo e feita por e para vós apenas...
Ele agarrava-se com unhas e dentes a todas as imagens que tinham sido criadas para um dia voltar a ver-te sorrir totalmente. E mostrava-te como era simples construir um castelo sem perder a noção do chão. Tu sorrias mais uma vez tentando vencer o medo.
E mais uma vez escrevia para ti... Ele tornava-se agora completamente teu... Mostrava-se em mim, cansado duma história na terceira pessoa. Era eu quem não queria deixar de sonhar, de te ver sorrir. Ofereço-te agora a minha mão e tudo o que nela cabe... O meu sorriso, o meu chão, o teu olhar espelhado num sopro quase imperceptível do meu suspirar por uma história inacabada. Ofereço-te o meu mundo mais uma vez (e quantas vezes for preciso oferecer), porque eu sou, finalmente, nada mais que ele e os contos à sua volta... E teu é o seu (meu) coração!

"Well open up your mind and see like me
open up your plans and damn you're free
look into your heart and you will find that the sky is yours

so please don't, please don't, please don't,
there's no need to complicate,
Cause our time is short
This, this, this is our fate,
I'm yours"



[25-09-06]