01/02/2010

Sem-abrigo

Pelas ruas desertas, nuas e frias vou habitando, percorrendo caminhos gastos e seguindo pegadas que tento acompanhar para não perder o rumo, um sentido imaginário com destino a uma fantasia possível.
Um pedaço de cartão, habilmente decorado com as palavras que a minha imaginação vai deitando cá para fora, serve-me de moradia. Palácio forrado a letras de ouro onde me sinto rei e príncipe, cavaleiro, salteador e ladrão, pirata, simples plebeu ou puro vagabundo, mendigando um sentimento que me inunda o pensamento e não me deixa dormir...
As noites já têm segredos e as estrelas fazem-me companhia neste meu rouco e desafinado choro mendigo...

[01-02-2010]

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