15/10/2008

Teimas viciadas...

(...)
-Trenguita...
-Totó...
-Gosto de ti!
(...)


E assim começava mais uma teima, mais uma brincadeira ao som desta melodia que nos une num ciclo que nos deixou viciar... Apesar dos medos continuamos a correr como se fosse a primeira vez, aquela do sorriso matreiro, do olhar inocente... Dá-mo outra vez, espelho do meu olhar, do meu sentimento e luz do teu...
Sorri com mais esta sequência melódica numa (anti)métrica simetria desta composição frásica dos teus olhos, longe do pensamento, alojada apenas no nosso sentimento, no nosso mundo...
Deixa-me ser teu e morrer uma e outra vez nesses teus olhos cor de chocolate!

[14-10-08]

Correrias

Soubesse eu que teria que correr assim e talvez tivesse pensado duas vezes. Ou talvez não, e faria tudo igual: as mesmas palavras, os mesmos traços, os mesmos sorrisos… Só pela certeza duma dança a dois numa melodia simples… Tu simplesmente sorris, só porque tens a certeza do que te entrego: nada mais que um simples sentimento… Fazes mais uma expressão dessas que me fizeram chamar-te de menina da cara de anjo… Expressão essa que me dá alento para continuar a correr… Correr para ti, correr por ti, por nós, por qualquer coisa que nos faça fechar os olhos e continuar no nosso mundo…



“Se alguma vez te parecer ouvir coisas sem sentido
Não ligues, sou eu a dizer que quero ficar contigo.
E apenas obedeço, com as artes que conheço,
Ao principio activo que rege desde o começo
E mantém o mundo vivo…

Se alguma vez me vires fazer figuras teatrais
Dignas de um palhaço pobre, sou eu a dançar a mais nobre
Das danças nupciais em minhas plumas cardeais,
Em todo o meu esplendor, sou eu, sou eu nem mais,
A suplicar o teu amor…

É a dança mais pungente,
Mão atrás e outra à frente,
Valsa dum homem carente.
Mão atrás e outra à frente,
Valsa dum homem carente”

[11-10-08]

03/10/2008

Simplicidade

Mata-me outra vez, deixa-me sem palavras, sorri e envolve-me no teu abraço... Nada mais te peço, só o teu mundo, associado ao meu numa comunhão perfeita de duas vidas imperfeitas... Deixa-me mudo com a tua falta de palavras após mais uma oferta minha. Mais um rabisco ou uma frase que seja, é-te entregue embrulhado num sentimento único... Até porque já não tenho mais nada a inventar, só mesmo mais um sinónimo para tantas palavras já usadas. E assim te entrego mais uma carta, um depoimento, um conto, uma história igual às anteriores: eu e tu como um só... Histórias simples e únicas num mundo criado para nós, para que o compliquemos para depois, tipo cálculo matemático, depois de desenvolvido, o simplificarmos.
E num jogo perfeitamente calculado e pensado, para, futuramente, não pensar e apenas sentir, me ofereço uma vez mais na minha imperfeição...
Chamem-me lamechas, melado, roto, visionário, lunático, maniento, engatatão, ou mesmo mariconço... Apenas me chamo como tu me chamas, apenas me chamo João...

[03-10-08]

01/10/2008

Posso?

“Posso-te roubar um beijo?”

Era tudo o que te pedia
De todas as vezes que te via…
E mesmo que a tua razão o negasse,
Mesmo que me perdoasse
Esta gentil indelicadeza,
O teu olhar dava-me a certeza
Que por muito que tentasses,
Ou mesmo que negasses,
Nada mais fazia sentido…
De tudo o que já tinhas ouvido
Só uma coisa importava,
O jogo que criava
Dava-te luz para acreditar.
E na ânsia de lutar,
Por algo que só a vós interessa,
Basta, sem pressa,
Apenas serem Um…


[01-10-08]