22/06/2009

Memórias

Lembro-me de dias passados,
histórias vividas e cantadas,
milhares de lugares visitados
e de caras mudadas.
Lembro-me de caminhos percorridos
numa solitária estrada,
de pensamentos perdidos
duma história cantada.

Lembro-me do teu sorriso
onde outrora vivi,
O aroma da tua presença
que jamais esqueci...

21/06/2009

Thinkin' about you...

De repente caiu-me na memória todas as nossas vivências, toda a nossa história... Despoletadas apenas por dois acordes, imagens surgem no meu pensamento. E vou guardando todas e cada uma com especial sentimento com quem guarda as cartas que o amor longínquo teima em não se fazer esquecer.
Saudades do que foi e do que ainda está para vir inundam-me o sentimento. Pego na caneta e volto a anotar tudo outra vez, as mesmas histórias pelas mesmas palavras, o mesmo sentimento pelo mesmo olhar. E no fundo soa tão diferente de há uns tempos atrás...

'Cause you're so gorgeous...


[20-06-09]

11/06/2009

No fundo, ainda não perdi...

Numa corrida atrás do tempo,
folga-se a noite
num dia que nunca mais esqueci...
Luz da tua presença,
imagem perdida
de um sorriso pelo qual já sofri.
Na noção do pensamento
reside apenas um maior sentimento,
saudade do que já vivi,

e, no fundo, ainda não o perdi...


[05-06-09]

18/05/2009

Still standing

Gota após gota, vou admirando a chuva miudinha que me cai pela cabeça, saboreando o fresco do final de uma tarde cinzenta. Ideias e pensamentos acompanham a chuva num chuveiro de sentimentos de injustiça. Ainda fervilham as palavras que me dizias há uns dias atrás. No entanto, e porque a vida dá mais uma cambalhota mesmo sem contarmos, o seu sentido já ultrapassado, impede que me aproxime de ti como ambos desejaríamos. Numa tentativa de rebeldia, tento contornar a barreira e mostrar-te que afinal, e acima de tudo, o que importa é apenas um sentimento puro, um único olhar, que nos abraça e envolve garantindo que apenas a força desse olhar serve para nos aguentarmos de pé…

[16-05-2009]

20/04/2009

Desabafos

Não queria ter de voltar a escrever o que quer que fosse, não por estas razões. Não é fácil voltar ao mesmo, tentar acreditar numa justiça imposta, quando a injustiça duma vida paralela ao sentimento assalta o pensamento, enchendo-o de vontades, de emoções, desejos e sensações.
Os dias voltaram a escurecer, como se a luz da tua presença se apagasse, deixando de iluminar o caminho que nos acompanhava. É certo que o continuamos a percorre-lo de mãos dadas, sempre com um sentimento presente nos olhares mútuos, espontâneos, mas com uma ideia contrária à vontade. É a maldita injustiça das vidas que se cruzam, destinadas a não se encontrarem. E, por um acaso delicadamente precioso, nos mantemos um ao lado do outro sempre a sorrir. E é o teu sorriso que me dá a certeza da vitória final. Vitória moral, física ou apenas sentimental, o certo é que o sentimento que nos une não esmorece a ânsia de um futuro apenas a dois, independentemente da nomenclatura que lhe atribuis. E não é por um passado sombrio que se faz manter presente no pensamento, que o sentimento que te falo e que bem conheces (também o tens presente) deixa de existir. Apenas se esconde com receio de sair magoado no final da história. E nesse final que te falo, talvez o possas sentir… Talvez percebas a sua importância para o desenrolar da história toda… Talvez o possas usar como catapulta que envie o passado para o seu lugar: um canto refundido nos confins da história da tua vida… Essa, mais importante que qualquer outra coisa no meio destas palavras todas é reflexo daquilo que realmente sentes, e aí, depois de o perceberes, talvez possas sorrir completamente… Esse sorriso pelo qual me fascinei, pelo qual corri e pelo qual continuo a correr como se fosse o primeiro dia.
Por agora, deixa-me ser reles e vulgar, deixa-me meter contigo. Apetece-me um piropo já muitas vezes repetido. Apetece-me ver-te sorrir com parvoíces minhas, como as primeiras. Apetece-me fazer-te esquecer de tudo menos do teu coração:

“Acreditas no amor à primeira vista ou preciso de passar à tua frente outra vez?”


João Amorim

[20-04-09]

31/03/2009

Protesto!

Que quisesse eu partir
se em mim não restasse mais que solidão,
seria então a resposta
a mais uma sensação.
E, no entanto, por não querer,
talvez por pura teimosia,
ou mesmo porque sentia
que afinal não seria justo perder.
E no fim dos tempos
alguém me dará razão,
só porque decido ouvir o coração...

[23-03-09]

17/02/2009

"Gosto de palavrar"...

Mais um motivo para me dizeres outra vez toda aquela história do "meu amigo das múltiplas personalidades". Já ele o dizia: "gosto de palavrar"... E eu, como ele, gosto de brincar com as palavras... Mas só porque sorris, só porque as palavras são tuas... Tu bem o sabes, tal como sabes que te alimentas desta minha maneira de te dizer o que sinto. Porque uma palavra corresponde a um sentimento. E agarrado a esta ideia deixo que o texto se crie por si só, sem interferir na sua evolução. Já não sou eu que o controlo (nem tu, bem sei), é aquilo que nos torna um em Nós. E assim vamos correndo sem nos cansarmos.
Algum tempo atrás dizia-te que já não havia nada para inventar, era tudo recriado a partir do uso repetido das mesmas ideias... Hoje posso dizer que talvez não seja assim. Apesar das palavras serem idênticas, o sentimento evolui e, assim, vou deixando que a tinta da caneta continue a jorrar (incansavelmente e constantemente) para que tudo seja recriado, como uma nova manhã, tal como a de hoje (bonita e simples) que desponta depois de uma noite fria.
E nesta recriação me perco, sempre junto a ti... Procro novas linhas e traços, sempre sem te perder de vista. Porque o mais importante é a maneira como nos unimos, é a comunhão de ideias tão diferentes que se complementam num simples sorriso.
Sorri mais uma vez minha princesa e mata-me nesta loucura, neste turbilhão de sentimentos. Não te assustes com estas expressões, até porque são reflexos da tua vivência em mim. São nada mais que sonhos conjuntos, jogos e brincadeiras a dois.
O melhor disto tudo é que no final sorris com esta oferta, e eu delicio-me ao ver o teu sorriso. Tu sabes disso e tornas a situação num ciclo vicioso. Acabo por me aproveitar e brinco outra vez com as palavras. Já dizia o poeta:
"Gosto de dizer. Direi melhor, gosto de palavrar."

[14-02-09]

07/02/2009

Punhado de tentativas...

Tento ser lamechas, numa necessidade de te chamar a atenção, de te chamar à razão... Tento ser simples para, no fundo, não complicar algo inexplicavelmente duma complexidade básica e de solução imediata... Tento apenas ser teu, ser nós, na rotina apressada e imprevisível do andamento da vida (nossa)... Tento o teu sorriso, criador de obras únicas e eternas como aquilo que nos une e que eu tento gravar com a tinta desta caneta... Tento apenas que tu sejas tu na completa integridade da tua pessoa que se revê nisto que te escrevo... Tento apenas que sejamos nós, reis daquilo que criamos...



Fecha os olhos amor meu,
sente a brisa que se levanta.
Ouve o suspirar do coração teu,
ouve apenas a música que o meu sonho canta.

Só mais uma noite que passou,
mais uma viagem percorrida...
Mais uma nota que se entoou,
mais uma vitória numa guerra quase esquecida.

Agarra o mundo que agora te ofereço...
Não te assustes, cabe na palma da minha mão.
Só mais uma coisa te peço:
nunca deixes de ouvir a tua canção...



[07-02-09]