17/06/2008

Menina da cara de anjo

Escusas de fazer esse sorriso inocente.. Sabes bem que já lhe deste a volta. Ou então foi o acaso que vos deu a ambos. O que é certo é que ele já não consegue pensar em nada senão em ti, no teu sorriso. Na cabeça dele já só há as vossas conversas, as coisas pequenas e simples que tu, (se calhar) inocentemente, dizes. As tuas palavras tornam-se as dele para agora ele as passar para o papel da maneira que tu mais gostas.
A vossa história é agora não mais que um conjunto de palavras que ele tenta organizar num sentimento, numa mistura melódica de frases, entoadas em Dó menor de sétima, com acordes daqueles que soam bonito e simples mas difíceis de reproduzir para toda a gente (excepto para vós)...
E tu sorris enquanto lês as suas palavras. Revês-te em cada uma delas como se fosses tu mesma a escrevê-las. Anseias (se calhar tanto quanto ele) por vê-lo uma vez mais, para mais uma troca de olhares, uma troca de sorrisos, mais uma troca (inocente?) de palavras...
Ele, por sua vez, deseja por mais... Tem fome de te ver, fome do teu sorriso, fome de um beijo que seja, de um carinho teu apenas.
Sem coragem para dar mais um passo, vão continuando a picardia. Tu deixas-te levar sem nunca avançar. A luta que travam entre vós continua aberta à espera que um de vós ceda e ponha, finalmente, todas as cartas em jogo. Mas continuas a não querer dar de ti. Continuas, inocentemente, com essa carinha de anjo a fingir que nada se passa, apesar de ambos quererem o mesmo...


(17-06-2008)