30/05/2006

Os Demitidos - Jorge Palma

"Estás demitido, obviamente demitido
Tu nunca roubaste um beijo
E fazes pouco das emoções
És o espantalho dos amantes.
Estás demitido, obviamente demitido
Evitas a competência
Não reconheces o mérito
És o pilar da cepa torta!

E assim vamos vivendo
Na província dos obséquios
Cedendo e pactuando enquanto der
Filósofos sem arte, afugentamos o desejo
Temos preguiça de viver...

Estás demitido, obviamente demitido
Subornas os próprios filhos
Trocaste o tempo por máquinas
Tu és um pai desnaturado.
Estás demitido, obviamente demitido
Arrasas a obra alheia
Às vezes usas pseudónimo
Tu és um crítico de merda

E assim vamos vivendo...
Na província dos obséquios
Cedendo e pactuando enquanto der
Filósofos sem arte, afugentamos o desejo
Temos preguiça de viver...

Estás demitido, obviamente demitido
Encostas-te às convergências
Nunca investiste num ideal
Tu sempre foste um demitido
Tu sempre foste um demitido
Já nasceste demitido!"

1 comentário:

Anónimo disse...

Um poema excelente, uma crítica sublime, pelo grande poeta e compositor Jorge Palma.
Toda a agenda artística actualizada do Mestre em www.jorgepalma.pt.vu
contacto:ladoerradodanoite@hotmail.com