O quarto permanecera intacto como se nada por ali passasse. De facto, desde que ele ali entrara, tudo se mantivera como se a sua presença fosse igual à de todas as outras criaturas que o habitam. Nem mesmo o choro que se instalara quando ligou a música os pareceu afectar. Já estariam habituados, de qualquer forma, a estes rituais. Habituados à sua solidão! Durante o dia quase ninguém lá para e, quando as luzes se apagam, a presença dele é como uma melodia triste, quase inexistente.
No meio do pó, os livros sussuram entre si, tentando acompanhar as melancólicas e já conhecidas melodias entoadas pelas colunas encostadas à janela. Essas, dizem eles, têm sorte ainda: conseguem admirar o mundo exterior para além daquele quarto abafado e sombrio ao qual os outros pertencem como que um bando de palavras ou um emaranhado de folhas esquecidas pelo tempo...
No meio do pó, os livros sussuram entre si, tentando acompanhar as melancólicas e já conhecidas melodias entoadas pelas colunas encostadas à janela. Essas, dizem eles, têm sorte ainda: conseguem admirar o mundo exterior para além daquele quarto abafado e sombrio ao qual os outros pertencem como que um bando de palavras ou um emaranhado de folhas esquecidas pelo tempo...
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